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O mito de cthulhu
Os Mitos de Cthulhu (do inglês, Cthulhu Mythos) é o termo usado pelo escritor August Derleth como referência ao panteão de monstros e seres fantásticos que habitam os contos de ficção científica e horror de Howard Phillips Lovecraft. Subsequentemente, o termo também é usado pelas gerações de escritores influenciados por sua vida e obra.
Os Mitos
Cthulhu teve sua primeira referenciação no conto "O Chamado de Cthulhu" (do inglês The Call of Cthulhu), na forma de uma estatueta de argila, representando um híbrido de octópode, ser humano, e dragão (de acordo com descrições do próprio autor).[1] Ele está ligado ao mito dos Grandes Antigos (do inglês Great Old Ones), que surgem constantemente ao longo de toda sua obra, como em Nas Montanhas da Loucura (At the Mountains of Madness), A Sombra Vinda do Tempo (Shadow Out of Time), Um Sussurro nas Trevas (Whisperer in Darkness), entre outros. Segundo os Mitos, a Terra teria sido habitada, há bilhões de anos, por criaturas que aqui teriam chegado antes que nosso planeta fosse capaz de gerar ou sustentar vida por si próprio. Eles, e não Deus, teriam criado a vida: o próprio Homem seria uma criação deles, gerada unicamente por escárnio e servitude.[2] Em contos posteriores, fica implícito que os Grandes Antigos seriam criadores do próprio universo, e de todos os seres nele presentes. Isso foi suficiente para que Lovecraft fosse considerado pelas igrejas fundamentalistas do mundo inteiro, que acreditam na versão da criação bíblica, como blásfemo. Os Grandes Antigos teriam Cthulhu como um de seus líderes (de acordo com os contos, seria o Alto Sacerdote, responsável pelo ressurgimento de todos os outros quando as estrelas estivessem alinhadas devidamente), embora existam outros monstros na "Literatura Lovecraftiana" ainda mais estranhos e cruéis, como, respectivamente, o Demônio-Sultão Azathoth e o Mensageiro dos Deuses Exteriores Nyarlathotep. Os Mitos são uma metáfora para a insignificância humana diante da magnitude do Universo: mais do que malevolentes, os monstros dos Mitos são, na verdade, friamente indiferentes à existência e sofrimento humanos, encarnando as verdadeiras forças da Natureza.
Os Mitos segundo Derleth
Após a morte de Lovecraft, Derleth se tornou o mais famoso escritor a incorporar os Mitos em sua histórias. Mas Derleth o fez segundo sua própria visão, incorporando propriedade do cristianismo e do dualismo aos Mitos, tornando-os uma batalha do Bem contra o Mal, ao invés do universo caótico, hostil e desprovido de sentido que caracterizava os contos lovecraftianos. Muitos leitores de Lovecraft consideram a intervenção de Derleth prejudicial à obra original. Lovecraft era ateu e afirmava que os valores éticos ocidentais, pregados por Kant, eram uma piada. Os Mitos, na visão de Lovecraft, não foram criados como uma mitologia coesa, e sim como uma coletânea de idéias que poderiam ser usadas para provocar as mesmas emoções. Coloca-los como parte de uma batalha entre bem e mal seria tirar deles o que os tornava incomparavelmente hediondos: um propósito além de nossa compreensão, e uma brutal e cruel indiferença em relação a condição humana.
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